Previc quer revisão das metas atuariais para maior segurança dos fundos de pensão

A Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar) quer evitar que os fundos de pensão superestimem a rentabilidade de suas aplicações num cenário de queda de juros, o que poderia gerar problemas no futuro. Mais de 40% dos fundos de pensão terão que reduzir a hipótese de juro real adotada em suas projeções de rentabilidade no longo prazo, a chamada meta atuarial. A norma que fixa essa taxa em 6% deve passar por revisão ainda este ano.
Para Marcos Cunha, gerente da Divisão de Gestão de Investimentos, essa revisão é natural, em função do novo cenário econômico no Brasil. “Essa regra foi estabelecida há muito tempo, dentro de um quadro econômico de instabilidade econômica e juros altos”, recorda. Ele acentua que hoje o País vive um momento bem diferenciado, com estabilidade, controle da inflação e das contas públicas e queda dos juros.
A mudança em estudo deverá se estender aos parâmetros biométricos. A Previc quer que seja adotada uma tábua de mortalidade mais conservadora, isto é, que tome como hipótese maior longevidade dos aposentados e pensionistas, atuais e futuros. Hoje, a tábua recomendada é a AT 83, segundo a qual a sobrevida média aos 60 anos de idade é de 22,6 anos.
Num cenário de juros baixos, insistir em uma meta de 6% de taxa de juros é impraticável do ponto de vista da sustentabilidade das entidades fechadas de previdência complementar. O problema é que a redução da meta é um processo caro e delicado. “Uma redução de 0,25%, por exemplo, tem uma repercussão de aproximadamente R$ 30 milhões no Plano Misto”, projeta. Marcos avalia ser positivo o movimento que a Previc realiza, buscando um novo patamar, para um cenário de juros e riscos mais baixos. “É fato que precisamos de novos parâmetros, mas este processo deve ser feito com muito cuidado e responsabilidade”, argumenta.
Com o processo de segregação e precificação de ativos, o resultado será positivo, possibilitando a Celos realizar a redução da taxa de juros do plano misto, com isso adequando-o ao novo patamar econômico e proporcionando maior segurança aos participantes. Fonte: Celos