Pelo segundo ano, o Credit Suisse Research Institute publicou o Emerging Consumer Survey, um estudo detalhado que traça o perfil do ambiente de consumo nos países que compõem o BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), na Turquia, na Arábia Saudita, no Egito e na Indonésia. No total, esses consumidores representam 3,5 bilhões de pessoas ao redor do mundo. A pesquisa busca delinear o perfil específico dos padrões de gasto e das preferências dos consumidores que estão no centro de uma mudança estrutural na demanda global.
Segundo Andrew T. Campbell, corresponsável pela área de Latin America Equity Research do Credit Suisse, os resultados da pesquisa mostram que o consumidor brasileiro continua sendo o mais otimista, já que a expectativa para o crescimento da renda é uma das maiores entre os países pesquisados.
O aumento recente da renda nominal mitigou os efeitos da inflação, o que fez com que a população continuasse a consumir e direcionasse seus gastos, cada vez mais, para itens que não são de primeira necessidade, como produtos de beleza e tecnologia. Destaque também para a intenção de compra de imóveis, que segue em alta, apesar de 73% dos entrevistados apostarem no aumento dos preços, analisa Campbell.
O estudo afirma que os brasileiros costumam gastar em vez de poupar. Existe um apetite por ativos reais, como imóveis, quando não são considerados os ativos financeiros. Os entrevistados, de modo geral, são mais positivos no Brasil do que em qualquer outro país. Esse índice de otimismo registrou apenas uma modesta redução no segmento de baixa renda em relação à pesquisa do ano passado (2011).
Para o professor de finanças do Ibmec, Gilberto Braga, a história pode explicar a valorização dos ativos reais. Até pouco tempo, vivíamos em um país com uma inflação altíssima. A inflação controlada é algo recente. As pessoas têm medo de investir em ativos financeiros, pois alguns planos econômicos do país, em sua história recente, levaram as pessoas à grandes perdas. Aquelas que possuem uma idade cronológica mais avançada tendem a investir em ativos de reserva de valor, explica Braga.
FONTE: PREVI
