Em artigo a advogada Ana Paula Oriola De Raeffray – diz principalmente o seguinte: “Quando uma pessoa resolve contratar um plano de previdência complementar, vertendo suas contribuições, seja ele administrado por uma entidade fechada, seja ele administrado por uma entidade aberta, pode acabar perguntando: se eu tenho algum dinheiro para guardar, então porque eu mesmo não invisto este dinheiro para lá na frente viver dele? Mas, na verdade, a mera realização de investimentos, ainda que rentáveis, não será suficiente para garantir a futura aposentadoria, pois terá que ser considerada a inflação, bem como o aumento do custo de vida, sendo necessária a aplicação de técnica financeira que garanta retorno acima da inflação, de forma razoavelmente estável. De outra parte, para garantir uma renda futura, o risco das aplicações financeiras precisa ser minimizado.O segredo da previdência complementar reside justamente na arte de realizar a gestão de investimentos de longo prazo, pois com o grande volume de recursos financeiros que administra consegue diversificar o portfólio das aplicações financeiras que efetua, pois tal diversificação permite o aumento da rentabilidade dos investimentos, sem aumentar o risco, pois sempre é acrescentado um novo tipo de ativo. Os investimentos financeiros realizados pelas entidades de previdência complementar são definidos por uma política de longo prazo, visando resguardar que, no futuro, o benefício de complementação de aposentadoria seja efetivamente pago ao participante. Para tanto, esta política é, inclusive com a intervenção normativa do Estado, baseada na mitigação do risco e na seleção quali-quantitativa dos investimentos. Nesta gestão de longo prazo sempre são necessários alguns ajustes, pois a administração dos ativos (valores recebidos) e dos fluxos financeiros devidos pelo plano de benefícios (passivo – valores a pagar) sempre geram riscos financeiros, como está ocorrendo agora com a questão da diminuição da taxa de juros, a qual representa a rentabilidade real dos ativos, a qual hoje não mais se sustenta no patamar de 6% (seis por cento) ao ano, diante da situação econômica mundial.Para aqueles que não são iniciados na gestão financeira, sem dúvida a previdência complementar é uma boa opção para garantir a complementação de aposentadoria no futuro, mesmo porque ela logo de início já provoca a previdência, pois faz com que a pessoa, por força de contrato contribua e, deste modo, poupe o seu dinheiro”. (Última Instância)
