Jovem que investe R$ 100 em previdência privada acumula cerca de R$ 282 mil

Com os déficits na previdência pública e o descontentamento de muitos trabalhadores com o valor recebido da aposentadoria do INSS, os brasileiros procuram os planos de previdência privada oferecidos por bancos e seguradoras.

Segundo cálculos do especialista em previdência Marcelo Rea, o rendimento médio anual desse tipo de aplicação é de 7,5%. Assim, uma pessoa que começa a investir aos 20 anos de idade uma quantia equivalente a R$ 100 mensais terá um valor bruto acumulado de R$ 281.967 aos 60 anos.
Se o investimento por mês aumentar para R$ 300 durante o mesmo período de tempo, consequentemente os recursos obtidos ao fim serão triplicados. O consumidor terá um montante de R$ 845.902. Veja mais exemplos nos gráficos abaixo.
As aplicações em previdência privada rendem mais do que a poupança, que atualmente aumenta o capital investido em 5,95% por ano. Porém, o consumidor deve ficar atento às taxas de administração dos planos de previdência, cobradas pelos bancos e seguradoras.
O especialista Marcelo Rea aconselha a começar a pesquisar os planos possíveis logo cedo.
— Eu entendo que todos deveriam ter um plano de previdência privada porque efetivamente as pessoas não podem contar com a pública… Quanto mais cedo começar, melhor. Todo jovem que ingressa numa carreira já devia começar a pensar no futuro.
Taxas
Os planos, na maioria das vezes, estão reféns de duas taxas: administração, que varia entre 1,5% e 3%, e carregamento, uma espécie de desconto em cima de cada aporte (aplicação) e que pode chegar a ser até de 5%, dependendo da instituição.
O especialista orienta os interessados a buscarem planos com taxas menores. Existem modelos em que a taxa de carregamento é zero, quando o cliente faz depósitos maiores, por exemplo, de R$ 250. No entanto, a Caixa Econômica Federal também anunciou neste ano que não cobrará mais taxa de carregamento em todos os seus planos para os novos contratos.
Após escolher a tributação, o consumidor terá que optar entre dois modelos.
PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) – Neste, ao final do contrato, os descontos serão em cima do valor total dos rendimentos. Por exemplo, se o consumidor investiu R$ 100 por mês em 30 anos, ele terá um total acumulado de R$ 128.291. O desconto de impostos será em cima dos R$ 128.291. Esse plano é indicado para pessoas com rendas mais altas e permite a dedução de até 12% da sua renda anual bruta do Imposto de Renda.
VGBL (Vida Gerador do Benefício Livre) – O desconto é sobre o valor dos rendimentos. Nesse caso, a tributação é em cima de R$ 92.921 (diferença entre o valor total acumulado R$ 128.291 e o valor investido R$ 36.000 — R$ 100 mensais por 30 anos) e não permite dedução do Imposto de Renda. Esse plano é indicado para quem faz declaração do Imposto de Renda no modo simplificado.
No momento do contrato, o cliente terá que optar também pelas formas de tributação progressiva ou regressiva.
Progressiva — Neste, incide a tributação de até 27,5% em cima do rendimento. É indicado para pessoas que querem fazer uma plano de previdência de cinco anos.
Regressivo — A tributação é de 35% no início, mas diminui 5% a cada dois anos. Por isso, pessoas que querem fazer um plano de previdência com mais de dez anos devem optar por esta modalidade. Pois em uma década, a tributação é de apenas 10%, bem menor do que os 27,5% cobrados se estivesse no regime progressivo.
Fonte: R7