Brasil recua em indicador global de sistema previdenciário

Por conta da diminuição na taxa de poupança familiar e de leve redução na categoria de sustentabilidade, o Brasil perdeu uma posição no Índice Global de Pensões Melbourne Mercer. De acordo com o estudo, entre 2010 e 2011, o País saiu da oitava para a nona posição, ao passar de 59,8 para 58,4 pontos. Holanda, Austrália e Suíça, nesta ordem, ocupam as três primeiras colocações.
Para a elaboração do ranking, que conta com 16 países, o índice analisa os componentes de fundos públicos e privados de cada sistema previdenciário, assim como bens e poupança pessoais fora do sistema previdenciário.
Além disso, o índice fundamenta-se em mais de 40 indicadores agrupados em três subíndices: adequação, sustentabilidade e integridade.
Apesar da queda na classificação geral, o Brasil foi bem avaliado nos itens de adequação e integridade, devido, no primeiro caso, aos incentivos fiscais para poupança de longo prazo, nível do benefício da Previdência Social e mecanismos para evitar o saque do benefício antes da data de aposentadoria.
No segundo caso, conforme análise do consultor-sênior de Previdência da Mercer no Brasil, André Maxnuk, os responsáveis pela boa avaliação foram quesitos como regulamentação, supervisão, critérios para aplicação dos investimentos, auditoria anual e comunicação com os participantes.
No que diz respeito à sustentabilidade, o sistema brasileiro possui vários problemas, o que fez com que o país obtivesse a pior avaliação entre os pesquisados. “Embora possua ainda uma boa relação entre a expectativa de vida ao nascer e a idade da aposentadoria oficial, o sistema brasileiro apresenta sérios desafios com relação à sua sustentabilidade”, diz. “Fatores como baixa incidência de poupança previdenciária pela população ativa [menos de 10%], regime de caixa administrado pelo INSS, baixa participação de poupança previdenciária em percentual do PIB [20%], alto índice de investimentos em títulos do governo na formação de poupança e falta de mecanismos de aposentadoria gradual são os que contribuíram para a baixa nota”, acrescenta Maxnuk. Fonte: Diário do Comércio e Indústria