Chanceler brasileiro alerta para risco de nova recessão

O chanceler brasileiro Antonio Patriota adverte que o mundo corre de fato o risco de caminhar para uma segunda crise. Em discurso sábado em Genebra em evento sobre estratégia, o ministro de Relações Exteriores deixou claro que um novo enfraquecimento da economia mundial teria profundas repercussões negativas. Nos últimos dias, entidades em diversos países vêm alertando para o risco de que a recuperação da economia mundial, depois do colapso de 2008, tenha chegado ao fim. Os mais pessimistas, porém, já alertam para uma nova recessão. Patriota não esconde que esse é um cenário que, na mente do governo, começa a preocupar de fato. Saímos de crise (de 2008). Mas talvez estejamos indo a uma segunda crise de proporções enormes, alertou. No governo de Dilma Rousseff, a perspectiva de uma queda do crescimento mundial já faz parte dos cálculos dos técnicos. A perda de fôlego teria um impacto nos investimentos recebidos pelo país, no acesso ao crédito e nas exportações. Em 2008, o Brasil não ficou imune à recessão mundial, ainda que tenha saído da crise antes dos países ricos. Ritmo. Dados da OCDE, por exemplo, já indicam que a nova desaceleração da economia mundial já afeta o Brasil e que o crescimento das exportações será impactado nos próximos meses. Patriota ainda alerta que, se os países do Bric hoje garantem em grande parte o vigor da economia mundial, esses governos ainda não têm uma voz proporcional na formulação de decisões sobre o cenário internacional. No sábado, o chanceler ainda se reuniu com o diretor da Organização Mundial do Comércio, Pascal Lamy, para debater justamente o entrave nas negociações da Rodada Doha. Essa foi a primeira reunião de Patriota em Genebra com a OMC desde que Dilma assumiu o governo.

Fonte: O Estado de S.Paulo