Comportamento da Selic contribui para redução do custo da dívida, diz Tesouro…

O comportamento da taxa básica de juros, a Selic, que está no piso histórico de 6,5% ao ano, tem contribuído fortemente para a redução do custo médio da dívida pública brasileira, disse nesta segunda-feira, 26, o coordenador-geral de Planejamento Estratégico da Dívida Pública, Luiz Fernando Alves. Um ambiente mais adverso no curto e médio prazo pode, no entanto, reverter a trajetória benigna do custo arcado pelo Tesouro Nacional para se financiar no mercado admitiu o técnico.

Hoje o custo médio em baixa ajuda inclusive a melhorar a trajetória da dívida, que seguiu em rota de intenso aumento nos últimos anos. As projeções dos técnicos do Tesouro apontam para estabilidade da dívida pública em relação ao PIB num prazo de dois a três anos. “É claro que, se a trajetória fiscal não tiver melhora, e temos falado muito na necessidade de aprovação de reformas, temos cenários mais adversos em que isso (estabilidade) não se confirma”, disse Alves.

A não aprovação da reforma da Previdência seria uma das variáveis adversas no médio prazo, ressaltou o coordenador-geral de Planejamento, embora o adiamento da votação em 2018 já tenha sido precificado pelos investidores. Também poderiam afetar a convergência da dívida para a estabilidade outros “choques e perturbações” que atrasem o processo de ajuste fiscal.

Hoje, porém, predomina sobre a avaliação dos investidores o cenário de juro baixo e inflação controlada. Com isso, o custo médio das emissões da Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) caiu a 9,1% em fevereiro, o menor valor desde setembro de 2013, quando ficou em 8,98%. O custo total do estoque da DPMFi é hoje o menor desde o início da série histórica do Tesouro, que começa em dezembro de 2005.

Fonte: Uol Economia