Um recente relatório divulgado por uma importante instituição financeira do Brasil revelou que as mulheres estão poupando mais que os homens. Entretanto, a presença feminina nos planos de previdência privada só tem ganhado repercussão nos últimos anos. É o que explica a advogada e professora de Direito Previdenciário da PUC-PR, Melissa Folmann, que também é conselheira deliberativa da OABPrev-PR e integrante do Conselho Pleno da OAB Paraná.
Segundo ela, a visão do poupador previdente, no sentido de projetar uma aposentadoria ou benefício tendo como participante a figura da mulher, ainda é recente. “Primeiro a mulher teve de conquistar um espaço no mercado de trabalho, firmar-se neste e, somente agora, começa a se perceber detentora de um outro poder, o financeiro”, comenta.
Melissa lembra que naturalmente a mulher sempre esteve preocupada com o futuro da família e que seu objetivo eram as projeções financeiras tradicionais. Porém, nos últimos 10 anos, as mulheres têm percebido a necessidade de investir em planos de aposentadoria complementar como alternativa segura de proteção previdenciária.
A advogada destaca o papel das mulheres que desempenham a função de chefes de seus lares, sem a presença da figura masculina. Neste caso, elas são mais conscientes e são levadas a pensar no futuro de suas famílias, descobrindo-se como agentes de investimento, deixando de lado o conceito tradicional de atribuir aos rendimentos do trabalho toda a traquilidade de que irão precisar na aposentadoria. “A crescente presença no mercado de trabalho, tem permitido à mulher repensar este como única fonte de sustento e isto traz para a previdência privada uma participante consciente do que quer e de como quer”, define.
Sobre o atual quadro de participantes da OABPrev-PR, em que 43% dos associados são de sexo feminino, contra 57% do sexo masculino, Melissa explica que esse número traduz a realidade a ser observada nos próximos anos, cuja participação das mulheres ultrapassará a dos homens. “Aquela máxima que diz que as mulheres são mais temerosas do que os homens tem cedido espaço para sua correta interpretação, qual seja, a mulher é ciente de que o ser previdente não é mais recomendável, mas obrigatório para os que desejam manter sua qualidade de vida”, diz a advogada.
Na opinião de Melissa, no futuro as mulheres serão as grandes investidoras nos Fundos de Pensão por dois motivos: primeiramente pela questão da segurança financeira e depois pelo fato de serem as educadoras previdenciárias de seus filhos, sendo este último o mais relevante. “Neste momento de profundos debates sobre o futuro da previdência pública, ou seja, não basta programarmos o nosso futuro, mas também ensinarmos as futuras gerações de que o amanhã se tornará o ontem”, finaliza.
Como conselheira da OABPrev-PR, Melissa incentiva as advogadas do Paraná a aderirem ao Plano de Previdência da categoria, que foi criado para garantir uma aposentadoria complementar segura, com benefícios que atendem as necessidades das profissionais e de seus dependentes.
