O brasileiro já vive até os 74 anos. Este é o último número divulgado pelo IBGE acerca da expectativa de vida no Brasil, dado que tem um impacto enorme na vida das pessoas, que cada dia mais precisarão fazer seu dinheiro crescer ao longo do tempo, em um cenário de juros baixos daqui por diante. Anteriormente, o investidor em geral – seja ele pessoa física ou um fundo de pensão – que aplicasse em títulos públicos e fundos de renda fixa conseguia retornos financeiros muito mais atraentes que outras opções de alocação mais sofisticadas e relacionadas à economia real. Esse rendimento, no entanto, foi diminuindo com a queda dos juros. Hoje, este rendimento está próximo dos 0,5% ao mês, bruto de IR e inflação, é o que se consegue obter com juros reais abaixo dos 2% anuais. Ganha força então o movimento de migração dos investimentos para fundos multimercados, de ações, participações e outras classes também mais sofisticadas. De acordo com dados da Anbima, a alocação de toda nossa indústria de fundos em renda fixa no Brasil, que já foi de 76% em 1995, chegou a 49% atualmente. Nos fundos de pensão, dados da Previc mostram também uma redução para 58% de alocação hoje. E estes números vão continuar caindo, pois a renda fixa não mais consegue remunerar o mínimo exigido por estes investidores diante de suas metas atuariais, agora ainda mais desafiadoras. Marcelo Domingos/Valor
