A carteira consolidada do setor de fundos de pensão no Brasil deve terminar o ano com R$ 640 bilhões. A projeção é da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp) e indica expansão de 11,55% na comparação com 2011.
Segundo o consolidado estatístico da Abrapp lançado ontem durante o 33º Congresso Brasileiro dos Fundos de Pensão, a carteira alcançou R$ 596,493 bilhões em junho, com crescimento de 3,96% ante o fim do ano passado. Do estoque de ativos do setor de fundos em junho, a parcela majoritária de 62,4% está investida em renda fixa, pouco mais que os 61% vistos no fim de 2011.
Em junho, a renda variável era destino de 28,3% dos ativos, menos que os 30,1% alocados em dezembro de 2011. Entre as demais aplicações dos fundos de pensão, 3,7% dos recursos estão em imóveis, 2,6% em operações estruturadas – como a compra de participações em empresas emergentes – e 0,1% em ativos no exterior. Há, ainda, parcela de 2,6% destinada às operações com os próprios participantes dos fundos, como empréstimos e financiamentos imobiliários.
A entidade também anunciou as projeções de valorização das carteiras para este ano. Para a renda fixa, o segmento de fundos de pensão prevê valorização média de 12,01%. Na renda variável, em um cenário otimista com o Ibovespa em 70 mil pontos, as carteiras devem terminar o ano com alta de 28,04%. Em um quadro mais pessimista, com o Ibovespa em 60 mil pontos, o avanço da renda variável seria de 9,75%. Na modalidade “outros” – como os empréstimos para participantes -, o ano deve terminar com rentabilidade de 18,19%.
Ao todo, 2012 deve terminar com valorização média de 17,36% no cenário otimista e de 11,86% no quadro pessimista.
Bovespa Mais – Os fundos de pensão têm interesse em ações de empresas pequenas e médias no Bovespa Mais. uma opção diante do novo cenário de queda de juros no Brasil, declarou o presidente do Conselho Deliberativo da Abrapp e diretor-presidente da Fundação Atlântico de Seguridade Social, Fernando Pimentel.
“Isso daria mais alternativa aos administradores dos fundos de pensão. A BM&F Bovespa e a CVM precisam nos ajudar a estruturar esse mercado”.
As entidades vêm trabalhando para desenvolver o mercado de acesso no país e anunciam, no próximo dia 5, os resultados de estudo feito em sete países que possuem experiências bem-sucedidas na área. Também existe um grupo de mercado que pretende fazer sugestões de isenção fiscal para incentivar a abertura de capital de empresas menores.
Na busca por opções, um dos melhores investimentos feitos pelas fundações neste ano tem sido a compra de participações em companhias pequenas e médias, contou José Tarcísio Bezerra, gestor do fundo da Coelce, no Ceará. “Diversos fundos estão fazendo isso e conseguido bons retornos”. (AE)
Fonte: Diário do Comércio
