Relatório Mensal de Investimentos

O mês de fevereiro foi marcado pelo avanço na campanha de vacinação em alguns países, a se destacar Israel, Reino Unido e Estados Unidos, o que levou a projeções de uma recuperação no ritmo do crescimento econômico global. Nos Estados Unidos, o avanço nas discussões de um novo pacote de estimulo fiscal para economia da ordem de mais 8% do PIB, aumentou a expectativa dos investidores que a inflação pode começar a acelerar no país, e consequentemente, o mercado passou a precificar uma alta nas taxas de juros. Esse movimento impactou a curva de juros dos países ao redor do mundo, e fez com que alguns ativos de renda variável sofressem uma correção nos preços. O S&P500 encerrou o mês em alta de 2,61% e o NASDAQ em baixa de 0,12%. O Brasil apresentou situação peculiar, com aumento significativo no número de casos de COVID-19, o que fez com que algumas cidades declarassem novos lockdowns, em virtude dos sistemas de saúde estarem em situação mais crítica desde o início da pandemia. A expectativa é que o crescimento econômico nesse primeiro trimestre seja impactado por essas maiores restrições de mobilidade. Nesse cenário avançaram as discussões sobre a extensão do auxílio emergencial, no entanto, a falta de unidade no discurso do governo sobre as contrapartidas no lado de corte de despesas, agravaram as preocupações com a situação fiscal do país. Aliado a esse cenário, a troca no comando da Petrobras, que gerou um temor de um perfil intervencionista do Estado nas empresas estatais, e a expectativa do início do ciclo de aperto monetário por parte do Banco Central, visando conter a inflação, ajudaram em uma percepção de risco-Brasil maior. A curva de títulos prefixados foi fortemente impactada, com o índice IRF-M apresentando perda de 1,18%, enquanto o IMA-B perdeu 1,52%. No ano a rentabilidade desses índices são -1,97% e -2,36%, respectivamente. O Ibovespa encerrou o mês em queda de 4,37%, e em 2021 a perda já é de 7,55%. Nesse contexto, o dólar continuou a se apreciar frente ao Real saindo de R$ 5,47 no fim de janeiro para R$ 5,53% em fevereiro. Nos próximos dias, os investidores permanecerão atentos ao cenário externo e ao movimento das taxas de juros globais, mas, principalmente, ao mercado doméstico no desenrolar das negociações para aprovação da PEC Emergencial e na condução da Política Monetária a ser adotada nesse novo ambiente de juros, com o objetivo de delinear as estratégias para os portfólios.

Rentabilidade
Fevereiro: -0,10%
Janeiro: -0,44%

Acumulado ano: -0,54%
12 meses: 3,45%
24 meses: 12,18%
36 meses: 19,89%