BOLSA INSPIRA OTIMISMO

Embora o Índice Bovespa acumule queda de 1,04% nos três primeiros meses do ano, as perspectivas para o indicador se mantêm positivas até o fim do ano. E o comportamento errático da bolsa traz oportunidades ao investidor, avaliam os especialistas.
O HSBC, por exemplo, mantém um cenário otimista para a bolsa. Segundo Andrea Moufarrege, diretora da área de Investimentos do HSBC Private Bank, o banco recomenda para os clientes endinheirados mais avessos ao risco uma parcela de 15% da carteira em ações e, para os mais agressivos, de 30%. “A bolsa deve trazer valor para os clientes, olhando o prazo de um ano, e numa posição estratégica, de manutenção, e não tática, de giro todo dia”, diz.
A expectativa do banco é de que o Índice Bovespa feche o ano entre 75 mil e 80 mil pontos, o que significaria 9,35% a 16,64% de ganho em relação ao fechamento de ontem, a 68.586 pontos. “Mas esse ganho vai depender do fluxo de investimentos, principalmente dos estrangeiros”, diz. E esse investimento está vinculado à situação dos países desenvolvidos, que estão recuperando terreno nos últimos três meses e atraindo recursos que antes vinham para bolsas de emergentes. “O dinheiro está vindo ultimamente mais para renda fixa e investimento direto do que para bolsa”, observa Andrea.
Há espaço para a recuperação do Ibovespa, uma vez que ele está bem atrasado em relação a outros índices, como o americano S&P, diz Fernando Barbará, sócio-diretor da Capital Investimentos. Apesar do risco de inflação e dos acontecimentos externos, a bolsa local está mais barata que mercados desenvolvidos e até mesmo que emergentes como México e Chile, o que a coloca de volta no centro das atenções, inclusive de estrangeiros.
O diretor da Capital afirma, ainda, que o Brasil deve ser privilegiado após os conflitos em países de regime ditatorial. “A questão política volta a ganhar peso na decisão de investimentos”, acredita Barbará. Além das perspectivas de crescimento econômico sustentável, com os planos de investimentos que o país precisa fazer, o Brasil tem uma democracia consolidada, o que pode torná-lo mais atraente que mercados como o chinês e russo, acrescenta. (Valor)