Mais idosos e menos jovens: igual a impacto na previdência

Se o Brasil é considerado pelo mundo um sinônimo
de jovialidade e a Europa é tida como o reduto dos
países com mais idosos, esta percepção tem começado
a mudar. De acordo com o Censo Demográfico de
2010, última operação censitária realizada pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o
número de idosos no país começa a crescer de forma
constante. Em 2013, eles representavam 15 milhões
de habitantes, o equivalente a 7,5% da população.
Estima-se que nas próximas quatro décadas o número
chegue a 58,4 milhões de pessoas acima de 60 anos.
A explicação seria o aumento da expectativa de
vida, em média 75 anos (conforme dados estatísticos
do IGBE, estimativa para um brasileiro com 40
anos em 2010), e o menor número de nascimentos.
Segundo especialistas, a taxa para reposição natural
da população é de 2,1 filhos por mulher. Atualmente,
a média brasileira é de 1,77, abaixo do necessário.
Essa mudança da estrutura etária brasileira, ou seja,
a diminuição da população jovem e o aumento de
habitantes com mais de 65 anos, acarreta uma importante
alteração socioeconômica.
De acordo com o relatório “Envelhecendo em um
Brasil Mais Velho” do Banco Mundial (BM), que levantou
previsões a partir das estatísticas relacionadas
à densidade demográfica do país, a diminuição da
população economicamente ativa, entre 15 e 65 anos,
acarretará problemas financeiros à previdência social
oficial. Logo, com menos gente contribuindo, menos
dinheiro em caixa para subsidiar as aposentadorias.
Segundo dados do IBGE, cada grupo de cem
indivíduos em idade ativa no Brasil sustenta 46 outros
indivíduos. Este número, em 2060, tende a ser
de 65,9 para os mesmos cem brasileiros economicamente
ativos.
Europa – Há quatro anos, a chanceler alemã
Angela Merkel destacou o aumento da idade da aposentadoria
de 65 para 67 anos naquele país, medida
encontrada para que não aumentassem os valores
das contribuições e o sistema previdenciário não
fosse desestabilizado.
Outros países europeus também buscam novas
formas de não “quebrar” a previdência social e garantir
a aposentadoria da população. Na França, a
idade mínima para a aposentadoria aumentará gradualmente
até 2018, de 60 para 62 anos, no setor
privado e funcionalismo público. Junto aos franceses,
o Reino Unido também instituiu que os benefícios
concedidos aos idosos pelo sistema previdenciário
deverão ser pagos a partir dos 66 anos. Um ano a
mais do que o praticado no país antes do aumento
da estimativa de vida.
Esta conjuntura tende a valorizar ainda mais o
sistema de previdência complementar por ser este
uma opção relevante para suplementar a previdência
social oficial e poder proporcionar condição de dignidade
no tão sonhando período de aposentadoria.
Fontes: Ipea | IBGE | Banco Mundial