Relatório Mensal de Investimentos

No mês, o ambiente internacional seguiu atento às notícias referentes aos novos focos de infecções por covid-19, principalmente na Europa, onde o agravamento da situação obrigou diversos países a retomar as medidas restritivas quanto à circulação de pessoas e prestação de serviços. Neste sentido, a materialização do maior temor dos mercados, a segunda onda da covid-19, trouxe um aumento importante da volatilidade na maior parte dos ativos. Adicionalmente, nos últimos pregões do mês, os investidores posicionaram suas carteiras para retomar os negócios apenas em novembro, após o término do processo eleitoral americano.

No cenário brasileiro, a atenção seguiu nas questões relacionadas à política fiscal do país, sendo esta a principal incerteza sobre o cenário. Na economia, a inflação começa a mostrar sinais de retomada da atividade, e os dados de mercado de trabalho têm surpreendido positivamente, mantendo um viés positivo para o crescimento no curto prazo. O Copom, na ata de sua última reunião, adotou um tom mais conservador, apontando elevação do risco fiscal e atribuindo baixa probabilidade para uma eventual redução adicional da taxa Selic.

O mês de outubro foi marcado pelo aumento de volatilidade no mundo todo e pela queda de preço dos principais ativos de risco. O índice VIX retomou o patamar de 40 pontos, nível que não era visto

desde junho deste ano, reafirmando a incerteza com a qual o mercado global reagiu ao aumento do número de novos contaminados pela covid-19 na Europa, com anúncio de novos lockdowns parciais na região, e aproximação das eleições americanas. Ao mesmo tempo, no Brasil, o ambiente seguiu suscetível às discussões das reformas econômicas e principalmente sobre a manutenção do teto de gastos públicos em 2021, acentuando as preocupações relativas ao risco fiscal.

 Neste sentido, o mercado de juros continuou sofrendo um movimento de abertura da curva, em meio às discussões estruturais quanto à situação das contas públicas. Neste sentido, na renda fixa, observamos um aumento das taxas de juros real e nominal, além da elevação da inflação implícita. Por outro lado, observamos a continuação da redução do prêmio por risco de crédito, beneficiando principalmente os ativos corporativos. O Ibovespa fechou com leve realização de -0,7%, acumulando ainda uma queda de 18,8% em 2020. Após a bolsa ter iniciado o mês com bom desempenho, os ganhos foram devolvidos nos últimos dez dias do mês, com o aumento de casos de Covid-19 na Europa e pela proximidade das eleições americanas.