Aposentadoria traz novos planos

A palavra aposentadoria tem origem no vocábulo aposento, podendo remeter à ideia de o sujeito ficar preso ou alojado a um quarto/cômodo. Esse sentimento está cada vez mais longe da realidade dos aposentados contemporâneos, saudáveis, cheios de planos e sonhos a realizar. São cidadãos que encaram a aposentadoria como um momento para fazer o que se quer, para buscar novas frentes e oportunidades. Desses novos planos muitas vezes nasce um espírito empreendedor.
Rodrigo Morais, criador da revista eletrônica EmpreendedorX, explica que empreender é identificar problemas e solucionar os mesmos a fim de trazer algum benefício à sociedade. Para ele, esse processo pode se estender ao comércio, com a venda de produtos, e a serviços, que geralmente tem sido o foco de investimento dos novos empreendedores.
“É importante notar que o senso de empreendimento é totalmente independente de vivências e razões sociais. Essa motivação atravessa questões financeiras, idade e vários outros contextos. Cada experiência pessoal é única e intransferível, mas existem motivações distintas no processo. Por isso, é preciso ter calma, identificar com seriedade os motivos para esse novo negócio, desenvolver um plano de negócios e aos poucos ir inserindo essa nova ideia no mercado”, comenta Morais.
Ao ser perguntado se do ponto de vista das finanças, começar um novo negócio depois de aposentar-se merece cuidados especiais com o dinheiro, o especialista, é categórico e diz que sim. Para Morais, é preciso agir com muito sangue frio no desenvolvimento do novo negócio.
“Por causa da adrenalina da ação e da nova ideia, muitos agem inconsequentemente, deslocando boa parte de suas economias pessoais a um projeto que possivelmente fracassará. Mesmo na terceira idade, é preciso estudar e conhecer o mercado, para deslocar recursos financeiros da forma mais segura possível. Outro ponto importante é entender se é preciso ou não integrar um sócio nesse novo projeto para que auxilie na administração. Tudo isso ajudará a tomar consciência de suas ações e se resguardar da melhor forma”, afirma.
Carla Brocchieri, especialista em life coaching, diz que a pessoa deve ter a clareza de que o risco é inevitável. “Deve-se investir com a certeza de que aquele dinheiro não vai fazer falta lá na frente, entender que empreender é correr risco, pode-se multiplicar o investimento por cem, ou mesmo subtrair”, explica.
O que motiva um indivíduo não necessariamente é fator de entusiasmo para o outro. Há quem busque mais renda quando abre o próprio negócio, outros precisam se sentir ativos e com a agenda cheia. Os motivos são variados. Partindo dessa premissa, Carla Brocchieri considera que empreender pode significar continuar sabendo seu valor, ter a certeza de que ainda pode fazer coisas que lhe dão prazer e até a realização de um sonho que por muito tempo foi postergado em nome de outras prioridades.
Morais reforça que, do ponto de vista psicológico, começar um novo negócio depois de aposentar-se pode ser algo fenomenal, pois a mente irá trabalhar a todo vapor, elaborando novas ideias, realizando pesquisa de mercado e dispondo de tempo para solucionar várias questões da empresa. Fonte: Previ/AssPreviSite