Brasília – A expansão da arrecadação ajudou a amenizar o rombo da Previdência Social em julho, que bateu em R$ 2,6 bilhões. Só no mês passado, o saldo das receitas foi de R$ 22,3 bilhões, 7,1% a mais do que em julho de 2011. O resultado é o segundo maior da história, quando descontados os meses de dezembro, período em que as contas previdenciárias são infladas pelo pagamento do 13º salário.
O aumento do recolhimento de julho foi avaliado como “bastante elevado” pelo secretário de políticas de Previdência Social, Leonardo Rolim, mas ainda ficou abaixo da média acumulada no ano, de 8,5%. A boa notícia, segundo ele, é que as receitas estão crescendo mais dos que as despesas no ano até julho. Nesse período o pagamento de benefícios somou R$ 173,4 bilhões, uma alta de 7,5% em relação aos primeiros sete meses de 2011.
“Os números casam com o resultado do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que mostra julho melhor do que junho”, comparou Rolim. Pelos números do Ministério do Trabalho, que divulga o Caged mensalmente, foram criadas 142,5 mil vagas com carteira assinada no mês passado. a contribuição desses trabalhadores formais que sustentam a Previdência.
A melhora nesse mercado levou o déficit previdenciário do mês passado a ficar 6,8% menor do que o de junho. Não foi suficiente, no entanto, para evitar uma alta de 17,5% ante julho do ano passado, saldo já corrigido pela inflação do período.
O ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho, salientou que, apesar de ainda negativas, as contas previdenciárias passam ao largo da crise internacional. “A crise não chegou a levar o país à recessão. Desacelerou a economia, mas não implicou na redução dos salários”, comentou.
Pesou sobre o resultado de julho o aumento das despesas com passivo judicial. O governo desembolsou no mês passado com essa rubrica R$ 580 milhões, um aumento de 47,1% sobre julho de 2011. Já para agosto e setembro, é o pagamento das primeiras parcelas do 13º salário que deve impactar as contas.
No acumulado do ano até julho, o déficit previdenciário já soma R$ 23,5 bilhões, 1,8% a mais do que em igual período de 2011. Para o ano, a expectativa é de um rombo de R$ 38 bilhões. Também de janeiro a julho, a previdência arcou com um impacto de R$ 1,2 bilhão, fruto do programa de desoneração da folha de pagamentos para os setores de tecnologia da informação e comunicação, móveis, confecções e artefatos em couro.
A expectativa de renúncia no ano é de R$ 3,4 bilhões. Até o momento, a Previdência já assegurou o repasse de R$ 1,7 bilhão para fazer essa compensação, mas o Tesouro Nacional ainda não transferiu os recursos.
Reforma – Depois de mostrar ânimo com a votação da reforma previdenciária no segundo semestre, Garibaldi baixou o tom ontem, indicando que o assunto deve se arrastar. “Isso é uma história que vai render depois da eleição. Quando o momento chegar, vamos retomar a discussão com as lideranças. Tem toda uma pauta”. (AE)
Fonte: Jornal Diário do Comércio
