Relatório Mensal de Investimentos

No mês de maio, os mercados apresentaram novamente a alta volatilidade que vem sendo observada desde o início do ano. No entanto, apesar do começo de mês conturbado, os ativos de risco encerraram maio com desempenho favorável.

No cenário internacional, os temas monitorados seguem sendo a inflação e o impacto que o aumento dos juros das economias desenvolvidas terá sobre o crescimento global. Nos EUA, a persistência das pressões inflacionárias, deve fazer com que o FED, projete novos aumentos na taxa básica de juros. A elevação dos juros tende a levar a desaceleração ou mesmo uma recessão, da economia mais adiante.

O PIB Americano apresentou contração no primeiro trimestre do ano no comparativo contra o quarto trimestre de 2021. O resultado veio pior que a primeira estimativa e que o esperado pelo consenso de mercado, no entanto, por mais que o número possa trazer temores de estagflação e recessão, há expectativa que o PIB dos Estados Unidos volte ao território positivo no 2º trimestre deste ano, com base na reversão de alguns fatores, como gastos dos consumidores, que seguem sólidos e o investimento empresarial que acelerou.

Na Europa, a inflação atingiu o maior patamar desde a criação do Euro. A inflação no bloco Europeu atingiu 7,4% em 12 meses, impulsionada principalmente pelo aumento dos custos de combustível e alimentos, que se devem aos gargalos das cadeias de produção pós-Covid e à guerra na Ucrânia. O aumento da pressão inflacionária fez com que a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, mudasse o tom do seu discurso sinalizando que um aumento na taxa de juros pode ocorrer em breve.

Na China, Xangai aos poucos começa a retomar as atividades após aproximadamente 2 meses de política de lockdown implementada por conta da política de zero-COVID. Com a flexibilização do regime de restrição de mobilidade espera-se que a cadeia de produção volte a se normalizar contribuindo para amenizar a pressão nos custos dos produtos.

No Brasil, a inflação segue surpreendendo. Como forma de atacar a alta dos preços e tentar conter a inflação, o governo colocou em pauta o projeto de lei que altera a classificação de combustíveis, gás natural, energia elétrica, transporte público coletivo e telecomunicações para bens e serviços essenciais, limitando assim a alíquota de cobrança do ICMS.

Com isso, a curva de juros futuros, que havia apresentado elevação por conta do resultado do IPCA-15 durante o mês, arrefeceu e apresentou movimentos mais comportados. A curva de juro real, a qual reflete as taxas dos títulos do Tesouro indexados à inflação (NTN-B), na parte intermediária teve um leve fechamento, e fez com que o IMA-B e o IMA-B 5+ subissem em maio 0,96% e 1,16% respectivamente. Em contrapartida, os vértices curtos tiveram uma abertura de taxas por conta da expectativa de inflação menor, em razão da possível aprovação do projeto de limitação do ICMS. Isso fez com que o IMA-B5 fechasse o mês abaixo do CDI, com rentabilidade de 0,76% versus 1,03% do CDI.

Para o mercado de renda variável local, o encerramento do lockdown na China é benéfico no curto prazo, no entanto o ambiente ainda é de volatilidade, tendo como principal risco o aperto monetário nos EUA, pois pode impactar no fluxo de entrada de capital estrangeiro para o país.

Embora tenham sido muito os temas de risco ocorridos no mês, o desempenho dos principais índices de ativos foi positivo. Na parcela internacional, o MSCI ACWI teve leve alta de 0,45%, enquanto o rendimento do título do governo americano de 10 anos fechou o mês recuando 3,10%, com o yield cotado a 2,84%a.a.

No mercado local, a trajetória de alta da Selic faz com que os títulos pós-fixados continuem apresentando bons rendimentos. O IDA-DI (índice da Anbima que mede o desempenho dos ativos de crédito privado emitidos em CDI) no mês rendeu 1,23%, equivalente a aproximadamente 119%.

As outras classes de ativos também apresentaram boa performance no mês. Os fundos multimercados local conseguiram capturar bons ganhos visto pelo desempenho do IHFA (índice de fundos multimercados da Anbima) que no mês subiu 0,96%, o Ibovespa por sua vez teve alta de 3,22%, impulsionado pelo fluxo estrangeiro positivo das últimas semanas do mês. O movimento de entrada de capital estrangeiro fez com que o dólar caísse 4,84% em maio e fechasse o mês cotado a R$4,7314.

 Rentabilidade do plano:
Maio: 0,90%
Abril: 0,24% ( 28,87 do CDI)
Março: 1,86% ( 200,18 do CDI)
Fevereiro: 1,35%
Janeiro: 0,40% ( 60,86 do CDI )

Acumulado ano: 4,84%
12 meses: 4,62%
24 meses: 15,53%
36 meses: 18,34%