Relatório Mensal de Investimentos

O principal tema discutido no mês na economia americana foi relacionado a meta de inflação e reajuste na taxa de juros, tanto na quantidade de ajustes, quanto na magnitude. Mesmo após a elevação de 25 pontos percentuais na taxa de juros, realizada no início do mês, a inflação americana medida pelo PCE surpreendeu o mercado, o índice de janeiro subiu 0,6% frente os 0,4% projetado pelo mercado.

 Tal surpresa refletiu na inclinação da curva de juros, alterando um possível corte no final de ano, para a manutenção da taxa por mais tempo. Diante das incertezas e números acima do esperado, os principais índices americanos recuaram no mês, o S&P500 caiu 2,61% e o Nasdaq 0,49%, porém seguem positivos no ano, 3,40% e 10,08% respectivamente.
Na China os principais PMIs vieram bem acima do esperado, em reflexo da descontinuidade das políticas de Covid Zero.

 A retomada da atividade chinesa parece estar chegando em sua plenitude, porém devemos observar de perto o custo para o governo em fomentar as principais indústrias do país. Ademais, devemos aguardar em março a reunião das “Duas Sessões”, a qual escolhe alguns integrantes para o partido comunista e as diretrizes das políticas econômicas, incluindo a meta de crescimento para o ano. Imaginamos um crescimento acima dos 5% para economia chinesa para 2023.

Na Zona do Euro, segue a desaceleração da inflação, o CPI registrou 8,6% em janeiro, em linha com as expectativas do mercado, porém ainda um número alto para as médias pré-pandemia. O Banco central Europeu seguiu com seu tom mais hawkish e após alta de 0,50% na taxa de juros em fevereiro, já sinalizou uma nova alta na mesma magnitude em março.

No cenário domésticos, as maiores turbulências vieram do ambiente político, questionamentos sobre independência do Banco Central e a indefinição de seus diretores, além da alteração das metas de inflação, fizeram com que os ativos brasileiros tivessem uma performance pior quando comparado aos ativos internacionais.

O IPCA de janeiro veio abaixo das expectativas do mercado, alta de 0,53% vs 0,56%, com maior impacto para o segmento de Alimentação e Bebidas, que contribuiu com 0,13% para o índice.

Como mencionado acima, o mau-humor internacional somado com a incerteza quanto ao timing e à uma eventual alteração das metas de inflação, indefinição de novos diretores do BC e ausência de maiores sinalizações acerca da nova regra fiscal impactaram nos ativos domésticos. 

 O Ibovespa teve forte queda no mês, -7,49% e derrubou os retornos positivos que possuía após janeiro, para -4,38%.

Em relação aos índices atrelados à inflação, a curva de juros apresentou fechamento tanto nos vencimentos mais curtos quanto nos vencimentos mais longos. O índice IMA-B5 fechou com alta de 1,41% no mês, frente a 1,17% do IMA-B5+, no ano os índices entregam 2,82% e -0,11% respectivamente. Outro índice importante, o IDA-DI (índice da Anbima que mede o desempenho dos ativos de crédito privado emitidos em CDI) fechou o mês com mais uma queda, devido a remarcação dos ativos no mercado secundário, após o evento de Americanas, entregando um retorno de -0,30%. No ano apresenta retorno de -0,54%.

Rentabilidade do plano
Fevereiro: 0,53% ( 58,10% do CDI)
Janeiro: 1,15%

Acumulado ano: 1,69% (82,43% do CDI)
12 meses: 11,63% ( 89,40% do CDI)
24 meses: 16,36% (84,15% do CDI)
36 meses: 20,37% (22,25% do CDI)