Relatório Mensal de Investimentos

Na contramão do que vimos no mês passado, em agosto os membros do FOMC apresentaram uma postura mais hawkish, com Jerome Powell afirmando no simpósio de Jackson Hole que continua comprometido em trazer a inflação para a meta, citando um possível enfraquecimento no mercado de trabalho, que segundo ele, ainda está “particularmente forte”. Além disso, Powell deixou claro que o ajuste da taxa de juros americana na próxima reunião ainda não está definido, e dependerá do nível dos próximos indicadores divulgados, como CPI e o Payroll.

A ideia de combate à inflação a qualquer custo, mesmo que isso possa gerar uma recessão a frente, criou expectativas frustradas no mercado americano, que se refletiu em números negativos nas principais bolsas. O S&P500 caiu 4,2% e o Nasdaq 5,2%, desempenho este que afundou ainda mais o resultado dos índices no ano, ambos encolhem -17,0% e -24,8% respectivamente.   

Na China, as políticas de lockdown e Covid zero continuam muito presentes, em função do aumento dos casos no país. Em relação aos dados econômicos, alguns dados vieram piores que o esperado pelo mercado, como a produção industrial (3,8% a.a, ante expectativa de 0,8%) e dados do varejo (2,7% a.a, ante expectativa de 2,3%). Por conta dos números relativamente fracos, o Banco Central Chinês, como medida estimulativa, cortou as taxas de juros de empréstimos de 1 e 5 anos, assim como a taxa de empréstimo de médio prazo e a taxa de recompra reversa de sete dias.

Com a continuidade da guerra da Rússia, a crise de abastecimento de gás na Europa avança cada vez mais, a grande dependência do gás Russo faz com que o cenário energético, e consequentemente, econômico se torne obscuro nos próximos meses para os países europeus. A inflação em 12 meses na zona do euro atingiu nova máxima histórica, passando de 8,9% para 9,1%, tal cenário pode ocasionar em novos aumentos da taxa de juros.

O dólar acumula nova alta no mês de agosto, com o DXY (dólar frente a uma cesta de moedas) se fortalecendo novamente no mês, cerca de 2,8% e alta no ano de 13,4%.

Na questão inflacionária doméstica, o IPCA-15 teve sua menor queda desde o início da série histórica, -0,73%, iniciada em novembro de 1991, tal número foi impactado principalmente pelas variações nos transportes, devido à redução nos preços dos combustíveis. 

Em um movimento contrário ao internacional, o Ibovespa descolou das principais bolsas mundiais, entregando um retorno positivo no mês e passando do lado negativo para o positivo no ano.  O índice rentabilizou 6,2% em agosto e performa 4,5% no ano. 

Os índices atrelados à inflação tiveram bons resultados na parte mais longa da curva e nos prefixados, por conta do fechamento das taxas de juros, o IMA-B entregou 1,1% no mês, frente 0,0% do IMA-B5. Outro índice importante, o IDA-DI (índice da Anbima que mede o desempenho dos ativos de crédito privado emitidos em CDI) continua com um retorno importante, no mês rentabilizou 1,33%, representando aproximadamente 114% do CDI.

Rentabilidade do plano
Agosto: 1,45% (123,90 do CDI)
Julho: 1,09% (105,99% do CDI)
Junho: 0,42% (40,75% do CDI)
Maio: 0,90%
Abril: 0,24% ( 28,87 do CDI)
Março: 1,86% ( 200,18 do CDI)
Fevereiro: 1,35%
Janeiro: 0,40% ( 60,86 do CDI )

Acumulado ano: 7,96% ( 102,77 do CDI)
12 meses: 7,88% (77,06 do CDI)
24 meses: 14,19% (107,24 do CDI)
36 meses: 18,76% (106,82 do CDI)