RELATÓRIO MENSAL DE INVESTIMENTOS

O mês de maio foi um mês favorável para ativos de risco, no cenário local, o índice de ações local fechou maio nas máximas históricas, emendando o terceiro mês de alta, subindo 6,16% e superado os 126 mil pontos. Dentre os principais motivos para esse otimismo está o rali das commodities, que fez as ações da Petrobras e Vale dispararem, impulsionando o índice, uma vez que estas ações ainda têm um peso relevante na composição do índice. No cenário global, um dos principais focos de atenção dos mercados é a política monetária do Federal Reserve, que vem sustentando um ambiente de elevada liquidez global, incentivado por autoridades norte-americanas reiterando a necessidade de mais estímulos. Alguns membros do Fed, já começaram a sinalizar desconforto com o atual cenário, e sinalizam a necessidade de revisão de trajetória na condução da política monetária, o que tende a manter viva a discussão sobre quanto da alta da inflação é transitória ou estrutural, como consequência, devemos ver alguma volatilidade na curva de juros americano. Na zona do Euro, o movimento de reabertura mais intenso das economias dá sinais, iniciais, de recuperação econômica. Após um longo período com diversas medidas de restrição, o Banco Central da Inglaterra começou a discutir a normalização dos programas de compra de ativos, ao passo que o Banco Central Europeu avisou que vai revisitar sua política ao longo de junho. Com relação à China, que se encontra numa fase do ciclo econômico mais avançada que as demais economias, suas políticas de estímulo já começam a normalizar – em especial, à de acesso ao crédito. Ainda assim, o crescimento esperado para o ano é bem forte, contribuindo para a recuperação da economia global, sustentando assim um ambiente externo favorável para países como o Brasil. No Brasil a atividade econômica resistiu melhor que o esperado na segunda onda do COVID-19. O PIB do 1° trimestre brasileiro surpreendeu e veio acima do projetado pelo mercado, crescendo 1,2%, na comparação com os três meses imediatamente anteriores. Apesar da boa notícia do lado da atividade econômica, ainda temos alguns desafios internos para superar em curto prazo, tais como: evolução no ritmo de vacinação e controle da pandemia, problemas envolvendo a situação energética e hídrica no país, que além de colocarem pressão na inflação em curto prazo, limitam o avanço de algumas atividades, em especial indústria e setores do comércio. A percepção de melhora no cenário local ao longo do mês, fez com que as curvas de juros local fechassem, e consequentemente, ativos atrelados a esta, apresentaram um bom desempenho no período. O IMA-B rentabilizou 1,06% enquanto o IRFM rentabilizou 0,20%. Além da percepção de melhora, a acomodação dos juros americano, de 10 anos, em um patamar mais baixo, próximo de 1,60%, contribuiu com o flattening da curva. O movimento da treasury americana também influenciou no câmbio, fazendo com que o dólar perdesse força no mundo, com isso a moeda brasileira teve um bom desempenho contra a moeda americana e fechou maio cotado a R$ 5,21, representando uma queda de 3,17% do dólar em frente ao real.