Em dezembro, marcando uma reviravolta nos mercados, o banco central norte-americano surpreendeu ao não resistir ao relaxamento das condições financeiras, sinalizando um tom mais otimista para o futuro. O cenário econômico caracterizado por uma desaceleração na inflação e uma estabilização gradual da atividade, alimenta a expectativa de um ano com bancos centrais em todo o mundo adotando uma postura proativa para sustentar o crescimento.
Observa-se uma tendência global benigna na inflação em vários países, especialmente os desenvolvidos, apresentando quedas mais expressivas do que o previsto anteriormente. A abordagem mais dovish de membros do Federal Reserve, como Jerôme Powell e Christopher Waller, abre espaço para interpretações que apontam para uma possível flexibilização adicional da política monetária, apontando para cortes na taxa básica ao decorrer de 2024, ao mesmo tempo em que fortalece a perspectiva positiva para a economia dos Estados Unidos.
Com uma melhora na perspectiva para inflação e uma sinalização mais dovish por parte do FED para a taxa dos Fed Funds, os principais índices americanos continuaram a subir, o Nasdaq 100 avançou 5,51% no mês e fechou o ano com expressivos 53,81%. O S&P500 teve um desempenho mais tímido, com alta de 4,42% no mês e 24,23% de rentabilidade no ano de 2023.
Apesar de indicadores de novembro, como a produção industrial e as vendas no varejo, apresentarem melhorias em relação a outubro na China, a economia ainda não consegue ganhar impulso. O governo persiste em suas iniciativas no setor imobiliário e industrial, contudo, sem êxito, resultando em uma demanda das famílias que permanece aquém das expectativas.
Em contramão de outras nações desenvolvidas, a Europa adota uma abordagem mais cautelosa em relação à inflação, mesmo diante de dados que indicam uma desaceleração mais rápida do que inicialmente estimado. Embora ainda sigamos escutando um discurso mais hawk por parte do BCE, a expectativa é que os cortes nas taxas de juros comecem já no primeiro quadrimestre de 2024.
No cenário local foi anunciada uma redução adicional de 50 pontos-base na taxa de juros, situando-a em 11,75%. O Copom reforçou a prudência diante das incertezas econômicas, alertando sobre o panorama interno. Apesar de reconhecer melhorias na perspectiva global, os membros do BC assumiram uma postura mais hawkish do que o FED. Ainda que tenha reconhecido avanços na frente inflacionária, indicando que as últimas divulgações se aproximam da meta, o Copom suavizou o argumento de uma possível aceleração nos cortes via inflação corrente.
A continuidade da melhora no ambiente internacional, assim como dados mais positivos da inflação e a aprovação de medidas econômicas importantes, observamos os ativos de risco com forte desempenho no mês de dezembro. O Ibovespa em movimento semelhante à da bolsa americana rentabilizou 5,38% no mês, enquanto no fechamento do ano, o retorno é de 22,28%. No mês, as taxas das NTN-Bs (títulos atrelados a inflação) tiveram novamente um forte fechamento. O índice IMA-B5 teve a uma performance positiva, com alta de 1,46% no mês, em comparação a um CDI de 0,90%. Já nos vencimentos mais longos (IMA-B5+) o índice apresentou um retorno ainda mais robusto, 3,94%. No ano, os índices IMA-B5 e IMA-B5+ apresentaram retorno de 12,13% e 19,28%, respectivamente. O IDA-DI, que mede o desempenho dos ativos de crédito privado emitidos em CDI, apresentou um retorno de 109,43% do CDI em dezembro e mesmo após os eventos na classe em 2023 o índice fechou o ano em 97,42%
Rentabilidade do plano OABPrev-PR
Dezembro: 1,37% (154,23% do CDI)
Novembro: 1,55% (168,48% do CDI)
Outubro: 0,46% (46,32% do CDI)
Setembro: 0,73% (74,56% do CDI)
Agosto: 0,67% (58,94% do CDI)
Julho: 1,15% (107,79% do CDI)
Junho: 1,19% (111,55% do CDI)
Maio: 1,16% (103,34 % do CDI)
Abril: 0,77% (84,25% do CDI)
Março: 1,02% (87,20% do CDI)
Fevereiro: 0,53% (58,10% do CDI)
Janeiro: 1,15%
Acumulado ano: 12,41% (95,27% do CDI)
12 meses: 12,41% (95,27% do CDI)
24 meses: 25,57% (94,64% do CDI)
36 meses: 27,94% (85,53% do CDI)