Relatório Mensal de Investimentos

No cenário internacional, a evolução positiva dos principais temas globais contribuiu para o bom desempenho dos ativos de risco em dezembro. No âmbito geopolítico, o avanço das negociações comerciais entre EUA e China. No Reino Unido, o Partido Conservador obteve uma ampla maioria no parlamento, o que reduziu a probabilidade de uma saída sem acordo do bloco. Estes desdobramentos levaram a uma melhora nos índices de confiança globais e contribuem para uma estabilização do crescimento. Adicionalmente, os principais bancos centrais seguem sinalizando uma política monetária estimulativa.

No Brasil, dezembro foi um mês marcado por surpresas positivas nos dados de atividade econômica, reforçando o cenário de aceleração do crescimento do PIB e continuidade das surpresas para cima de inflação, com o movimento de alta dos preços da proteína animal, principalmente. O ano foi marcado por juros em queda, com o PIB crescendo em ritmo lento, elevado nível de desemprego, a inflação comportada ao longo do ano e política monetária estimulativa dos bancos centrais ao redor do mundo, o que abriu espaço para o Banco Central brasileiro reduzir a Selic para a mínima histórica de 4,50% (dois pontos porcentuais a menos do que no encerramento de 2018). Neste sentido, a busca por risco prevaleceu e o Ibovespa, também amparado pelo avanço de reformas, como a aprovação da Previdência, acumulou ganho de 31,58% em 2019. O dólar terminou o ano cotado em R$ 4,0118, acumulando valorização de 3,63%, em nível acima do esperado nas previsões dos economistas. O Relatório de Mercado Focus, do Banco Central, mostrava que ao final de 2018 e começo deste ano, a maioria dos analistas esperava que o dólar fosse terminar o ano em R$ 3,80.

Neste contexto, os fundos de ações e multimercado tiveram um desempenho muito positivo no mês. A classe renda fixa prefixado e inflação também obteve desempenho positivo, bem como crédito privado, que recuperou após os dois últimos meses de marcação negativa dos ativos. Para 2020, acreditamos que diante do otimismo com a retomada da economia brasileira, a classe renda variável tem grandes chances de se destacar novamente em rentabilidade. A nossa projeção da Selic para o final do ano de 2020 é de 4,50%, mesmo patamar no qual ela termina 2019. Neste sentido, no mês, reduzimos parcialmente a alocação em fundos da classe renda fixa inflação (IMA-B) e aumentamos a alocação em fundos da classe renda variável, principalmente, além multimercados e renda fixa com baixo risco de crédito e de taxa de juros (benchmark CDI).