Fica mais difícil garantir a aposentadoria na previdência aberta

A era do juro de um dígito pode virar uma dor de cabeça para quem fez um plano de previdência privada e planeja se aposentar nos próximos anos. Com a queda da taxa Selic para 9,25% ao ano e a possibilidade de novas reduções, o participante corre o risco de ter de elevar suas contribuições mensais se quiser atingir o benefício estipulado no início do plano. Em alguns casos, o aumento de aportes atinge 170%, conforme simulação feita a pedido do Estado pelo especialista em previdência Vinicius Furini, da PUC-SP.

Na opinião de especialistas, a partir de agora os participantes desses fundos precisam ficar mais atentos, acompanhar melhor a rentabilidade e pedir o recálculo do plano, já que o cenário econômico mudou. Com base nos novos números, ele saberá quanto precisará elevar sua contribuição para manter o benefício.

O administrador de investimentos Fábio Colombo afirma que a era de rentabilidades mais apertadas deverá despertar no poupador a iniciativa de pesquisar e comparar os produtos existentes no mercado.A queda dos juros também vai representar mudança no perfil das carteiras de ativos, hoje recheadas de títulos de renda fixa. “Os participantes terão de buscar maior diversificação dos investimentos e olhar mais para ações. Os mais novos, que têm horizonte de poupança maior, devem optar por produtos mais arriscados, com maior participação em renda variável. Esse deve ser o caminho natural das coisas”, afirma o vice-presidente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), Renato Russo.

Segundo ele, hoje a demanda pelos fundos balanceados, que têm uma parcela dos recursos aplicada em ações, é muito pequena. Esses produtos representam apenas 4,45% da indústria. Na avaliação de especialistas, no entanto, a diversificação dos investimentos exige cuidado, especialmente se o poupador não tiver perfil agressivo. É preciso ficar atento à composição da carteira para não ter surpresas no futuro.

* Fonte da informação: SUPORTCONSULT / MERCER / ABRAPP 29/06/2009
* Fonte primária da informação O Estado de S. Paulo