Relatório de Investimentos

A economia dos EUA tem excedido projeções a curto prazo, gerando um otimismo cuidadoso para os próximos anos. As expectativas para o PIB no terceiro trimestre de 2023 foram ajustadas para cima, refletindo a resiliência econômica observada em agosto, mesmo em face de desafios no mercado de trabalho. Os dados recentes mostram que as oportunidades de emprego estão diminuindo e que as taxas de demissões voluntárias retornaram aos níveis anteriores à pandemia. Paralelamente, os níveis salariais permanecem altos, mas uma tendência de desinflação está se tornando evidente.

Em relação à política monetária, o FED parece estar reconsiderando sua abordagem. Desde 2022, o aumento das taxas de juros tem sido uma constante. No entanto, a expectativa é de uma pausa neste ciclo. Este desenvolvimento é observado com bons olhos, especialmente para economias emergentes, pois poderia atenuar a volatilidade no cenário global e promover estabilidade nas políticas dos bancos centrais ao redor do mundo.

O Fed enfrenta um dilema. Enquanto uma parte dos agentes de mercado veem riscos inflacionários iminentes, uma porção crescente acredita que a política atual talvez esteja em patamar muito restritivo. Diante disso seguimos com a decisão sobre o movimento das taxas na próxima reunião, que pode inclinar-se para manter os números entre 5,25% e 5,50%.

Mesmo com melhores dados para PIB e inflação, notamos um mês de realização nos principais índices americanos, com o Nasdaq 100 recuando 1,62% no mês, mas acumulando 41,69% no ano. O S&P500 teve um desempenho semelhante, com baixa de 1,77% no mês e rendimento anual de 17,40%.

A economia chinesa está enfrentando desafios significativos, com a desaceleração no mercado imobiliário sendo um dos principais problemas, intensificado pelos problemas financeiros de grandes empresas como Evergrande. A situação é agravada pelo desemprego entre os jovens e a queda da confiança do consumidor, resultando em um declínio nas vendas no varejo. Embora o banco central chinês, PBOC, esteja intervindo na economia ajustando as taxas de juros, os resultados ainda demonstram melhora. Esses desafios refletem uma mudança mais profunda, já que a China tenta se distanciar das estratégias de crescimento das últimas décadas, buscando novas abordagens, enquanto lida com os problemas legados de políticas passadas.

O panorama econômico brasileiro destaca-se pela resistência da atividade no momento atual, embora se anteveja um ritmo de desaceleração futura. Surpreendentemente, as evoluções no mercado de trabalho sugerem projeções mais otimistas. O processo de desinflação, influenciado pelos segmentos de alimentação e indústria, coexiste com a robustez do setor de serviços, indicando um caminho de estabilização dos preços, porém de forma mais lenta e volátil.

Em termos fiscais, a eficácia da nova regra estabelecida está atrelada à capacidade de ampliação da receita. Diante disso, o desafio governamental reside em demonstrar competência e convencer sobre a viabilidade de suas propostas. Quanto à reforma tributária, apesar das incertezas predominantes, percebe-se que seus efeitos serão distintos, variando não só entre setores, mas também entre empresas de um mesmo segmento.

O foco do Banco Central, por sua vez, desloca-se para a análise conjuntural, em detrimento de sinalizações e estimativas anteriores sobre a inflação. A abordagem de antecipação de medidas sugere uma redução de 50 pontos base em setembro, complementada por ajustes de 75 pontos base nas últimas reuniões do ano.

O Ibovespa apresentou movimento de realização de lucros (com maior intensidade) semelhante aos índices internacionais, com um retorno negativo de 5,09% no mês, enquanto no ano, o retorno é de 5,47%. Em agosto, as NTN-Bs, títulos atrelados a inflação, sofreram forte abertura nos vértices mais longos e de menos intensidade nos curtos. O índice IMA-B5 teve a melhor performance, com alta de 0,61% no mês em comparação a um CDI de 1,14%, já nos vencimentos mais longos (IMA-B5+) observamos um retorno de -1,27%. No ano, os índices IMA-B5 e IMA-B5+ têm retorno de 8,75% e 14,28%, respectivamente. O IDA-DI, que mede o desempenho dos ativos de crédito privado emitidos em CDI, apresentou um retorno de 166,39% do CDI em agosto, no ano segue abaixo, 84,08% do CDI.

Rentabilidade do Plano OABPrev:
Agosto: 0,67% (58,94% do CDI)
Julho: 1,15% (107,79% do CDI)
Junho: 1,19% (111,55% do CDI
Maio: 1,16% (103,34 % do CDI)
Abril: 0,77% (84,25% do CDI)
Março: 1,02% (87,20% do CDI)
Fevereiro: 0,53% (58,10% do CDI)
Janeiro: 1,15%

Acumulado ano: 7,91% (89,36% do CDI)
12 meses: 11,65% (86,10% do CDI)
24 meses: 20,45% (81,30% do CDI)
36 meses: 27,49% (96,25% do CDI)