Relatório Mensal de Investimentos

No encerramento do trimestre, no cenário macro global a aceleração da vacinação e a retomada do crescimento são sinais positivos, porém no cenário local, as incertezas fiscais têm elevado os prêmios de risco, piorando as condições financeiras e impedindo que haja estabilização da taxa de câmbio, adicionando incerteza ao cenário futuro.

Nos Estado Unidos, de um modo geral, o cenário segue construtivo, com o avanço das vacinações, pacotes de estímulo e a política monetária apoiando o crescimento do país.

O Federal Reserve (FED) tem reafirmado que será reativo na condução da política monetária, sinalizando que a normalização da taxa de juros por lá não terá início antes de 2024. Tal declaração, aliado a divulgação sobre o plano de infraestrutura do presidente dos Estados Unidos Joe Biden, que pode chegar da ordem de US$ 3 Trilhões, fez com que os títulos do Tesouro Americano com vencimento em dez anos continuassem sua alta e chegassem ao seu ponto mais alto em 14 meses, com a perspectiva que tais estímulos possam trazer o aumento de inflação no país em uma velocidade mais rápida que o esperado.

A alta do rendimento desses títulos movimenta o mercado porque pode encarecer a tomada de empréstimos com vencimento mais longo, , além de poder fazer com que investidores migrem do mercado de ações para o de títulos do governo, que são vistos como mais seguros. Na Europa, diante da nova piora da pandemia e o lento avanço da vacinação na região, a estratégia adotada pela maioria dos governos foi apertar as restrições à mobilidade novamente. Ainda assim, os indicadores econômicos, em especial o índice PMI, seguem em recuperação, tanto para a indústria como para o setor de serviços, sinalizando que mesmo diante das restrições impostas para o controle da pandemia tem se encontrado formas de manter a economia funcionando.

No cenário local, os três primeiros meses foram marcados pela preocupação com o ritmo de vacinação no Brasil, aumento do contágio do coronavírus, aumento da polarização no cenário político doméstico e enfraquecimento do ajuste fiscal. O Brasil ainda tem dificuldades em conter o aumento de casos de contágio do COVID-19. A média móvel de novos casos em sete dias foi de 75.340, alta de 7% em relação ao patamar de 14 dias antes. Em apenas um dia foram registrados 86.740 casos. Para a bolsa de valores, março foi o melhor mês do trimestre com uma alta próxima de 6% do Ibovespa, porém no ano apresenta um resultado negativo de aproximadamente 2%.

No mercado de juros, a elevação da taxa básica pelo Banco Central para 2,75% ao ano foi em ritmo mais forte do que, inicialmente, esperado pelo mercado, e foi necessário a declaração do presidente do Banco Central (BC) para amenizar o receio quanto ao ritmo do aperto monetário.

A instabilidade política e fiscal continuou pondo pressão nas curvas de juros futuro e estabilização da taxa de câmbio, os títulos prefixados continuaram sendo impactados, com o índice IRF-M apresentando queda de 0,84% em março acumulando uma perda de 2,80% no trimestre, enquanto o IMA-B perdeu 0,46% no mês e 2,81% no trimestre. Já o dólar Ptax apresentou forte apreciação nesse início de ano 9,63% no trimestre sendo cotado a R$ 5,69.

Rentabilidade
Março: 0,60% ( 298,17 do CDI)
Fevereiro: -0,10%
Janeiro: -0,44%

Acumulado ano: 0,05%
12 meses: 11,83%
24 meses: 12,53%
36 meses: 19,95%