Em dezembro, novamente o CPI veio abaixo das expectativas do mercado (0,1% vs 0,3%) indicando uma desaceleração na economia americana, acumulando 7,1% de alta em 12 meses. O FED subiu a taxa de juros básica em 50bps, reduzindo a magnitude em comparação as últimas altas e levando a taxa ao maior patamar desde 2007.
Com os novos dados da inflação americana, reavaliamos as próximas altas realizadas pelo FED, passando para três altas de 25bps nas próximas reuniões. Além disso, tivemos uma deterioração nos PMIs, tanto na indústria, quanto nos serviços, indicando uma retração ainda mais forte em relação a novembro. Dado as dúvidas que ainda pairam pela economia americana, como a taxa terminal de juros, a não melhora consistente na inflação de serviços e mercado de trabalho apertado, os principais índices da bolsa americana fecharam o mês e o ano no vermelho, o S&P500 caiu 5,90% e o Nasdaq 9,06% no mês, e retraíram forte no ano, -19,44% e -32,97 respectivamente.
Na China, após as medidas de relaxamento nas políticas de Covid-Zero para tentar reanimar a economia, os casos de internações e mortes pelo vírus aumentaram significativamente no país, o que leva a incertezas do crescimento, pelo menos no curto prazo. Por outro lado, além do relaxamento, a reabertura do país segue com cautela, o que pode influenciar negativamente a retomada do crescimento mundial, em especial para os países emergentes, como o Brasil. O PIB Chinês deve fechar abaixo de 3,0% para 2022 e para 2023 abaixo dos 5,0%, sendo necessário tomar grande atenção no ritmo de crescimento no segundo semestre.
Na Europa, a ala mais dovish do Banco Central Europeu parece ter se sobressaído em dezembro, para a surpresa de alguns players do mercado, que estavam esperando uma alta de 75bps na taxa de juros, ao invés de 50bps. Segundo a presidente do BCE, devemos esperar “um aumento significativo em um ritmo constante”, ou seja, seguir em um ritmo de 50 pontos. O ambiente econômico indica a possibilidade de recessão na economia europeia no 4T22 e 1T23.
No âmbito nacional, não tivemos alteração na taxa de juros doméstica, mas seguimos com a visão de juro médio mais elevado, mesmo após o IPCA-15 mostrando claro processo de desinflação. Na parte fiscal, tivemos a aprovação da PEC da Transição pelo congresso, com impacto de R$ 168 bi, pelo prazo de 1 ano, porém com apetite de gastos maiores por parte do novo governo.
O IPCA de novembro veio em linha com as expectativas do mercado, alta de 0,41%, influenciada em sua maioria por bebidas, transportes (principalmente) e alimentação, acumulando 5,90% no período de 12 meses, a menor janela desde fevereiro de 2021, onde apontava 5,20%.
Seguindo a tendência de novembro, devido às incertezas fiscais e diretrizes do novo governo, o Ibovespa fechou em queda de 2,45%, mas conseguiu fechar o ano positivo em 4,69%, porém sem tanto brilho, diferente de alguns índices de renda fixa, como o CDI médio, que fechou 2022 com alta de 12,37%.
Em relação aos índices atrelados à inflação, a curva de juros apresentou fechamento nos vencimentos mais curtos e um movimento contrário nos vencimentos mais longos O índice IMA-B5 fechou com alta de 0,94% no mês e +9,78% no ano, frente a -1,19% do IMA-B5+ no mês e 3,30% no ano. Outro índice importante, o IDA-DI (índice da Anbima que mede o desempenho dos ativos de crédito privado emitidos em CDI) fechou o mês e o ano superando o CDI em ambas as janelas, em dezembro fechou positivo em 1,25 (111,10% do CDI) e no ano entregou 14,56%, o que representa 117,70% do CDI.
Rentabilidade do plano OABPrev-PR
Dezembro: 0,88% (78,54 do CDI)
Novembro: 0,13%
Outubro: 1,36% (133,40 do CDI)
Setembro: 1,06% (98,77 do CDI)
Agosto: 1,45% (123,90 do CDI)
Julho: 1,09% (105,99% do CDI)
Junho: 0,42% (40,75% do CDI)
Maio: 0,90%
Abril: 0,24% ( 28,87 do CDI)
Março: 1,86% ( 200,18 do CDI)
Fevereiro: 1,35%
Janeiro: 0,40% ( 60,86 do CDI )
Acumulado ano: 11,71 % ( 94,48 do CDI)
12 meses: 11,71% (94,48 do CDI)
24 meses: 13,81% (79,54 do CDI)
36 meses: 17,38% (84,37 do CDI)