Discussões em torno da Reforma da Previdência têm levado cidadãos de todas as classes sociais a refletirem sobre a importância do planejamento financeiro e previdenciário para o período pós-laboral.
Essas discussões provocaram também aumento no número de pessoas interessadas em outros investimentos a fim de complementar suas futuras aposentadorias.
A educação financeira e previdenciária são pilares fundamentais para o desenvolvimento do sistema de previdência e formação de poupança de longo prazo que é essencial para a economia e para a manutenção da qualidade de vida.
A previdência deve ser encarada como uma meta de longo prazo a ser trabalhada todo o tempo.
O processo de investimento na previdência complementar consiste em duas fases:
I – Na primeira fase, o participante acumula capital. Durante todo esse processo, este capital receberá rendimentos.
II – Na segunda fase, usufrui o benefício de aposentadoria.
A previdência complementar tem ganhado espaço entre aqueles que querem ter um futuro mais estável.
Um plano de previdência depende essencialmente de quatro variáveis, no período de acumulação:
I – idade atual.
II – idade da aposentadoria.
III – quanto receber no futuro.
IV – rentabilidade do dinheiro.
O tempo de acumulação potencializa o retorno do investimento porque quanto mais tempo o dinheiro estiver investido, maior será o impacto dos juros no montante.
E, para que isso ocorra, faz-se necessário conhecer a educação financeira e a educação previdenciária.
A educação financeira sempre foi importante para auxiliar as pessoas a planejar e gerir sua renda, poupar, investir e garantir uma vida financeira mais tranquila.
Nos últimos anos sua relevância cresceu em decorrência do desenvolvimento dos mercados financeiros e da inclusão bancária, bem como das mudanças demográficas, políticas e econômicas.
Baixos níveis de educação financeira têm grande implicação para o contexto da aposentadoria, tanto no que diz respeito ao regime geral da previdência social quanto no que concerne ao sistema de previdência complementar.
O envelhecimento da população, decorrente da queda nas taxas de fecundidade, terá como consequência uma proporção cada vez menor de trabalhadores ativos por aposentados nos próximos anos.
Assim, a tendência é de que a responsabilidade pela aposentadoria seja em parte transferida do Estado para os indivíduos.
A educação financeira e a educação previdenciária não estão dissociadas, visto que a educação previdenciária é uma vertente da financeira.
Diante da preocupação com a economia e a qualidade de vida como um todo, a educação previdenciária é fundamental para o desenvolvimento do sistema de previdência e formação de poupança de longo prazo.
A educação previdenciária deve ser abordada de modo a esclarecer a população sobre a necessidade da inserção no regime previdenciário e a fornecer a real dimensão do que é a Previdência Social e a sua importância para a proteção social do trabalhador e de seus familiares.
É necessário capacitar o cidadão e explicar o porquê da educação previdenciária e sua importância para a vida.
Visando à obtenção de poupança futura para a manutenção do consumo e do bem-estar, a educação previdenciária surge como o principal condicionante para se atingir o desejado nível de poupança.
Diante da atual situação da previdência pública no Brasil, a previdência complementar surge como uma alternativa para se assegurar a renda futura e, assim, a manutenção do padrão de vida familiar.
A educação previdenciária tornou-se fundamental na sociedade brasileira, visto que influencia diretamente as decisões econômicas dos indivíduos e das famílias.
Além disso, há o ganho da liberdade de escolha em que o conhecimento sobre a área financeira e sobre o sistema previdenciário auxiliará na assimilação das regras dos planos de previdência e, principalmente, no pensamento em longo prazo.
A educação previdenciária é, portanto, um dos grandes desafios atuais, com a necessidade de cada vez mais prover a população e participantes dos planos de previdência da capacidade de tomada de decisões, do cuidado com a gestão do seu patrimônio e com a percepção de que a aposentadoria só se concretiza com planejamento e disciplina.
Para tal, faz-se necessário conscientizar o cidadão da importância do planejamento financeiro e previdenciário e de como poderá ampliar a sua compreensão sobre a previdência, possibilitando-lhe efetuar suas escolhas conscientes para a sua vida e a vida dos seus familiares.
Para que esses objetivos se concretizem, é importante criar situações educativas para que, dentro dos limites impostos pela vivência, seja vista com maior relevância quanto a sua importância ao estudo previdenciário, pois adquirir conhecimento e aprender o quanto antes sobre a importância da educação previdenciária poderá levar ao sucesso para a vida toda.
Em vistas de muitos critérios, alguns positivos, como a longevidade crescente da população e maior abrangência da previdência, podemos esperar duas tendências para os próximos anos: os direitos de aposentadoria serão conquistados cada vez mais tarde pelos trabalhadores e os valores dos benefícios serão cada vez menores.
Assim, resgata-se a importância do conhecimento e do uso de produtos alternativos como os de previdência complementar que possam oferecer mais tranquilidade ou oportunidade de ganhos adicionais para uma terceira idade mais serena.
Rafael Laynes Bassil é membro do Conselho Deliberativo da OABPrev-PR, especialista em Direito Previdenciário, Direito Processual Previdenciário e Direito Administrativo.