Bolsa passa a divulgar referencial de renda fixa

A BM&FBovespa começa a divulgar amanhã duas taxas de juros para serem usadas como referenciais para o mercado de renda fixa. As Taxas de Juros de Referência serão calculadas com base nos contratos futuros de juros negociados na bolsa e vão indicar as projeções para os juros prefixados para três (TJ3) e seis meses (TJ6). A proposta da bolsa é criar um referencial para o mercado semelhante à Libor (London Interbank Offered Rate), usada como indexador dos contratos de empréstimos dos bancos europeus.

A diferença é que a Libor é obtida com a coleta de informações dos bancos e a TJ será calculada com base nos negócios efetivos dos participantes do mercado, explica Sergio Goldenstein, diretor de renda fixa e câmbio da BM&FBovespa. Diariamente, são negociados cerca de R$ 100 milhões no chamado mercado futuro de DI.

A proposta da bolsa é criar uma alternativa ao Certificado de Depósito Interfinanceiro, o CDI, que hoje baliza as aplicações de renda fixa, corrigindo debêntures, CDBs e servindo de referência para os resultados dos fundos de investimento.

A proposta do novo índice é servir tanto de referencial quanto de indexador. E, ao mesmo tempo, alongar os prazos, uma vez que o CDI têm base diária, ou seja, segue o overnight dos juros privados. Já o novo indexador, ao usar as taxas prefixadas projetadas pelo mercado, acrescenta um fator de risco e de ganho para o investidor. Hoje, por exemplo, os contratos futuros projetam uma alta das taxas, e estão acima do CDI. “Mas, em outros momentos, a TJ poderá ficar abaixo do CDI, projetando queda no futuro”, lembra Goldenstein. (Valor)