Decisões Financeiras e seus reflexos na vida pessoal e familiar

Você conhece o índice de saúde financeira do brasileiro, I-SFB? Ele foi desenvolvido pela FEBRABAN com apoio técnico do Banco Central do Brasil.

A FEBRABAN fez uma pesquisa, que subsidiou a criação do índice, com 4863 pessoas, acima de 18 anos e com relacionamento com o Sistema Financeiro Nacional e chegou às seguintes principais conclusões:

  • 64,4% têm orçamento justo, ou seja, gastam mais do que ganham ou empatam
  • 58,4% vivem estressados por conta das finanças
  • 21,9% têm pequena reserva financeira que daria conta de, apenas, uma despesa inesperada.
  • 64,7% não têm segurança sobre seu futuro financeiro

E você, qual o seu índice de saúde financeira?
Acesse o site: https://indice.febraban.org.br/

Dois tópicos afetam as pessoas em toda a sua vida: saúde e dinheiro. A saúde evoluiu com a ciência moderna, trazendo a longevidade, maior expectativa de vida no mundo todo. Entretanto, quando se fala de dinheiro, as opiniões são bem variadas. Não são as taxas de juros que definem o seu sucesso financeiro, mas o seu comportamento (ganância, insegurança, otimismo). Segundo Housel (2021), o que você vivencia é mais forte do que aquilo que aprende pelo exemplo de outra pessoa. E mais, toda decisão financeira que uma pessoa toma é fruto da informação que ela tem no momento, associada ao seu modelo mental único sobre a forma como o mundo funciona. E os fundamentos modernos das decisões financeiras – poupar e investir – têm por base conceitos que ainda estão engatinhando.

A aposentadoria, Housel cita como exemplo, é um assunto muito novo, principalmente o fato de que para ter uma aposentadoria digna depende da expectativa de quanto cada um vai economizar e investir nela do próprio bolso. E no caso da aposentadoria, mais do que a habilidade de investir, o segredo é o tempo. O efeito dos juros sobre juros.  O sucesso financeiro de Warren Buffet não é por ele ser o melhor, mas se deve à base financeira que ele construiu na adolescência e manteve durante a terceira idade. Ele começou a trabalhar com 10 anos e com 30 anos já tinha US$ 1 milhão. Se começasse aos 30 anos, mesmo com o retorno de 22% ao ano, teria aos 60 anos apenas US$ 11,9 milhões, mas ele tem hoje 84,5 bilhões de dólares. Desse total, 84,2 bilhões foram ganhos depois que ele completou 50 anos. E, 81,5 bilhões vieram na casa dos 60 anos, quando ele se tornou elegível à aposentadoria.

O pensamento linear é bem mais intuitivo que o exponencial. Somar 8+8+8+8+8+8+8+8+8 dá para fazer de cabeça (72), mas 8x8x8x8x8x8x8x8x8 (= 134.217.728), com certeza não dá para fazer em alguns segundos de cabeça. É melhor bons retornos que podem ser mantidos e repetidos por um longo período, do que buscar um retorno muito alto que não vai se repetir.

Quer ler mais sobre isso? Vale a pena ler A Psicologia Financeira: lições atemporais sobre fortuna, ganância e felicidade de Morgan Housel.

Por Myrian Lund