Relatório Mensal de Investimentos

Em janeiro os mercados financeiros americanos precificaram ainda mais um caso de “soft landing” e de desaceleração do ritmo de alta do FOMC. As apostas para a decisão do dia 1º de fevereiro convergiram para 25 pb de alta, contra 50 pb de alta na reunião de dezembro. Essa diminuição de ritmo decorreu de dados melhores de inflação e discursos mais dovish de membros do FOMC, inclusive da ala mais hawkish, como Christopher Waller.

 A inflação ao consumidor medida pelo CPI e pelo PCE ficou baixa em dezembro, com variações de -0,1% M/M e +0,1% M/M respectivamente, ajudada pela queda de preços de energia e bens industriais e com preços de serviços mantendo a taxa de crescimento em 0,3% M/M. Já na parte de atividade, dados mostraram desaceleração no final do ano, com quedas em vendas no varejo (-1,1% M/M em termos reais) e produção industrial (-0,7% M/M).

 O PIB do 4º trimestre veio acima das expectativas, com variação de 2,9% T/T anualizada contra 2,6% esperado, mas mostrando um perfil de menor crescimento de consumo e queda de investimentos, com a surpresa positiva concentrada em acúmulo de estoques. Os índices qualitativos de atividade, por outro lado, seguiram negativos, mas não intensificaram sua queda, com índices de gerentes de compras e de manufatura dos Feds regionais ainda em terreno de contração mas melhores do que no mês anterior.

Na China, a reabertura da economia após o fim da política de Covid Zero foi mais rápida do que antecipada pela maioria dos analistas, ajudando diversos preços de commodities a subirem. O pico de infecções e de restrição voluntária de mobilidade parece ter ocorrido no final de 2022. Os dados de atividade divulgados de forma geral surpreenderam para cima, com destaque para as vendas no varejo de dezembro, que tiveram queda nominal de -1,8% A/A contra expectativa de -9,0% A/A, contribuindo para um PIB do 4º trimestre bem acima do esperado (2,9% A/A contra expectativa de 1,6% A/A).

Na Zona do Euro, os dados de atividade também surpreenderam positivamente, com o PIB do 4º trimestre vindo ligeiramente positivo (+0,1% T/T, contra expectativa de -0,1% T/T) e evitando uma recessão. A inflação ao consumidor e ao produtor diminuiu, devido à queda dos preços de gás natural, que voltaram aos níveis do começo de 2021. A adaptação da economia europeia para o cenário de falta de gás contribuiu para esses números, e também ajuda o BCE a ser mais hawkish que outros bancos centrais, com compromisso com altas de 50 pb nas próximas reuniões.

No Brasil, o desempenho dos ativos foi ajudado pelo cenário global mais positivo para risco, porém atrapalhado por questões internas. Dúvidas em relação ao compromisso com as metas de inflação fizeram as expectativas desancorar, inclusive nos horizontes mais longos. As projeções do Focus para 2025 e 2026, por exemplo, passaram de 3,25% e 3,15% para 3,5%, por exemplo. O governo federal anunciou medidas para reduzir o déficit fiscal em 2023, muito dependentes de ganhos de receita, e ainda não divulgou o arcabouço fiscal de médio prazo. Os dados econômicos mostraram desaceleração da economia, com quedas na margem na produção industrial (-0,1% M/M) e vendas no varejo (-0,6% M/M). O IPCA e o IPCA-15 surpreenderam para cima (0,62% M/M e 0,55% M/M contra mediana de expectativas de 0,45% e 0,51%, respectivamente), porém houve sinais de arrefecimento nos preços de serviços.

Rentabilidade do Plano
Janeiro: 1,15%

Acumulado ano: 1,15%
12 meses: 12,54%
24 meses: 15,62%
36 meses: 18,05%